Descrição
Entre 1924 e 1929, ano do seu regresso a casa e data da sua morte, num dos momentos mais produtivos da sua vida, Aby Warburg fez e refez incessantemente o seu famoso Atlas de Imagens Mnemósine. Este projeto, composto por 63 pranchas e contendo mais de 1.000 imagens, constitui uma forma visual e poética de conhecimento, uma ocasião para o historiador da arte e da cultura regressar a alguns dos temas que o ocuparam ao longo de toda a vida (a Ninfa, a morte de Orfeu, o Renascimento da Antiguidade pagã, o teatro e a festa cívica, a melancolia e o retrato do burguês florentino, os gestos e a caricatura, a astrologia e a migração das imagens), para seguir os percursos de desterritorialização que as «imagens» tomam e que a investigação das mesmas não pode deixar de perseguir. É assim que o Atlas aponta para o Ocidente e para o Oriente, tanto para tempos arcaicos como para o mundo contemporâneo (o de Warburg e o nosso), tanto para a lonjura como para a proximidade, por vezes imperceptível, por vezes velada, entre os astra (o mundo das ideias) e os monstra (as pulsões emotivas).
Ao plano aberto do Atlas de Warburg, desenvolvendo-se entre a primeira prancha consagrada à divinação Antiga sobre as vísceras e a última assombrada pela ascensão do anti-semitismo e do fascismo, na Alemanha e na Europa, Didi-Huberman responde com uma montagem de «grandes planos», configurando um fértil rizoma: a rememoração do destino trágico do titã Atlas, que os desuses do Olimpo condenaram a carregar o peso do mundo; a «razão» imaginativa dos Disparates de Goya; as «afinidades electivas» de Goethe; os atlas sinópticos das mais variadas disciplinas (geografia, botânica, etc.); a «gaia ciência» de Nietzsche; a inquietude cantada por Schubert; a Sobrevivência (Nachleben) e a fórmula-de-pathos (pathosformel) de Warburg; os atlas que Bloch, Febvre e tantos outros elaboraram durante a Primeira Grande Guerra; a «imagem dialéctica» segundo Benjamin; as fotografias de Atget e Sander; a «crise das ciências europeias» segundo Husserl; os paradoxos de imaginação e de erudição de Borges; o atlas de Richter, as montagens de Duchamp e Godard.
A partir de Warburg, este ensaio propõe-nos uma outra legibilidade, metodológica e crítica, sobre a memória inquieta das imagens, sobre os disparates da cultura visual e os desastres da história, ainda hoje a remontar tanto poética como politicamente.
Georges Didi-Huberman (n. 1953), filósofo e historiador, leciona «antropologia do visual» na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. É autor de mais de trinta obras, sobre autores tão diversos como Bataille, Botticelli, Brecht, Giacometti, Marey e Turrell, entre as quais se destacam Invention de l’hystérie (Macula, 1982), Devant l’image (Minuit, 1990), Fra Angelico, Dissemblance et figuration (Flammarion, 1990) e O que nós vemos, O que nos olha (trad. pt. Dafne, 2011). Em L’Image survivante (Minuit, 2002) analisa o pensamento de Aby Warburg à luz dos âmbitos disciplinares e distintos procedimentos que nele operam. Em Imagens Apesar de Tudo (trad. pt. KKYM, 2012) circunscreve o lugar da imaginação no seio da barbárie para conhecer o valor das imagens – tão necessárias quanto lacunares – na história e na constituição do saber histórico.
Informação adicional
Artista / Autor | |
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Editor | KKYM |
Categoria | Livro |
Novo / usado? | Novo |
Etiquetas | Didi-Huberman, KKYM |
REF | GDH atlas |
Dimensões (C x L x A) | 25 × 18 × 3 cm |
Peso | 669 g |
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