Daniel Arasse
Não se vê nada

20,00 18,00 (incl IVA)
Daniel ARASSE, Não se vê nada, trad. R. P. Cabral, Lisboa, KKYM, 2014.

Descrição

Nas investigações que integram este volume, versando sobre autores e obras bem conhecidas do público e da história da arte, tais como a Vénus de Urbino de Ticiano, As Meninas de Velásquez, a Anunciação de Francesco del Cossa, a Adoração dos Reis Magos de Bruegel ou Marte e Vénus surpreendidos por Vulcano de Tintoretto, o autor constrói, com extraordinária sagacidade e sentido de humor, um olhar radicalmente novo sobre as mesmas. Perante detalhes conhecidos ou aspectos de conjunto insuficientemente considerados, na comparação com outras obras do mesmo autor ou coevas, desafiam-se os truísmos – os impensados, os lugares comuns – com que a história da arte genericamente opera, tecendo-se uma proposta metodológica que coloca no seu centro o olhar atento e apaixonado daquele que vê.

Adoptando a forma epistolar ou o ensaio breve, com um resoluto carácter didáctico ou lúdico, de Tintoretto a Velásquez ou de Ticiano a Bruegel, é com notável determinação e rigor teórico que as descrições entrelaçam a reflexão metodológica e a questão fundamental do «olhar sob o olhar da pintura». Questiona-se o acto de ver como uma combinação de gestos que o trabalho da palavra e da imaginação, mas, também, da imagem e da interpretação, traduzem num processo de percepção e de inferência, ao mesmo tempo lacunar e fascinado.

A condição interpretativa e critica do historiador de arte é, pois, colocada à prova: o que se faz, se pensa, se imagina e se diz diante de uma pintura? Como pode o historiador da arte analisar e interpretar o que vê, seja muito, pouco ou nada, cego que está pelas imagens?


Daniel ARASSE (1944-2003), historiador da arte, foi diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. Deixou-nos uma vasta produção científica dedicada à imagem pictural, tendo-se debruçado sobre a arte do Renascimento italiano, mas, também, sobre a arte flamenga e francesa dos séculos XVII e XVIII, em obras como L’Ambition de Vermeer (1993), Leonardo da Vinci, Le rythme du monde (1997) e L’Annonciation italienne. Une histoire de perspective (1999). Em 1975, traduziu para francês Frances A. Yates, L’Art de la mémorie (1966). Cedo refutou a condição de especialista ao interrogar os métodos e as condições subjetivas de interpretação, desenvolvendo mais tarde um olhar aproximado aos detalhes, icónicos e plásticos, da pintura. As suas obras de cariz marcadamente teórico como Le Détail. Pour une histoire rapprochée de la peinture (1992) ou Le sujet dans le tableau (1997) propõem uma abordagem analítica da iconologia na qual se defende um regime de sobredeterminação dos conteúdos imaginais e figurativos. Ao construir uma nova forma de descrição estética e de interpelação anacrónica das obras, a sua investigação deixou-se surpreender pela força da criação visual e pela poética intempestiva das mesmas. O seu estudo sobre o artista contemporâneo Anselm Kiefer (2001) solicita precisamente não apenas o conhecimento, mas a pertinência visual que, para o historiador, implica a intensa experiência estética do observador.

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KKYM

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