Descrição
Ao cruzar múltiplos âmbitos disciplinares – história, literatura, antropologia, linguística – e distintas incursões metodológicas sobre a investigação das imagens, percorre-se neste livro a um extraordinário trajecto visual da metamorfose e do híbrido no mundo antigo. Ao perseguir uma sequência de figuras, de tipos e exemplos iconográficos – que se repercutirá no imaginário ovidiano e na tradição literária da “metamorfose” – interpreta-se e compara-se o universo divergente, transformante e transformador dos mitos gregos. A mitologia assume diferentes formas consoante se expresse no plano narrativo ou imagético, como a autora assinala nas páginas iniciais e, com exemplar eloquência, como mostrará ao longo do seu estudo. A abordagem formalista, a constituição de séries, as sequências singulares, a relação e a autonomia entre as esferas da imagem, do imaginário, e da cultura escrita e oral, são aspetos fulcrais, elucidando a natureza das transformações imaginais e dos processos figurativos.
Exploram-se as imagens criadas pelos pintores e artistas enquanto manifestações do sagrado e do religioso, aspectos inerentes ao poder e à conduta dos deuses perante o destino dos homens. A especificidade grega da metamorfose descobre-se na promiscuidade e no confronto entre a potência do divino e a condição dos mortais, cujas consequências quer fascinantes e inesperadas, quer terríficas e brutais, dão lugar ao disfarce, à mutação animal e vegetal, à petrificação, ao hibridismo. O mito de Actéon, de Aracné, de Circe, entre muitos outros, configuram uma vibrante reflexão sobre a cultura visual da antiguidade, sobre o desejo e as ambiguidades do olhar, sobre as tensões entre o visível e o invisível, mas também sobre o poder da natureza e a condição mortal dos homens.
Neste ensaio propõe-se uma original decifração das imagens dos mitos fundadores do mundo antigo, inaugurando-se conexões inéditas e colocando-se em evidência o papel da mulher como tecelã de narrativas e mitos.
F. FRONTISI-DUCROUX (n. 1937), famosa helenista, foi subdiretora do Collège de France. A sua investigação desenvolveu-se na proximidade do trabalho de Jean-Pierre Vernant e, muito em especial, no âmbito da antropologia da religião grega. É membro do Centro Louis Gernet (EHESS). Numa das suas obras mais conhecidas, Dédale. Mythologie de l’artisan en Grèce ancienne (1975) constitui um contributo fundamental para o estudo das artes menores e do artesanato na Grécia antiga, onde sobressai a análise simultânea do mito e da sociedade ateniense. Desde 1987 tem desenvolvido uma trajetória fulgurante em torno da questão antropológica da imagem, com excelentes estudos: Prosopon. Valeurs grecques du masque et du visage (1987), Le Dieu-masque (1991), o famoso Du Masque au visage (1995) e o seu texto «L’oeil et le miroir» incluído em Dans l’oeil du miroir, com Jean-Pierre Vernant (1997). No seu mais recente Ouvrages de dames (2009), que obteve o prémio François Millepierres, da Académie Française, regressa aos mitos fundamentais do mundo feminino grego relacionados com a arte da tecelagem; arte que é um modo de fazer muito próprio das mulheres, mas que, mesmo assim, combina um jogo de tensões entre os sexos.
Informação adicional
| Artista / Autor | |
|---|---|
| Editor | KKYM |
| Categoria | Livro |
| Novo / usado? | Novo |
| Etiquetas | Frontisi-Ducroux, KKYM |
| REF | FFD homem |
Envio
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